somos nós

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Lendo o blog de um professor da faculdade, me deparei com essa campanha. Que o senhor Sérgio Moraes deu a declaração para o jornal O Globo.
Políticos não sobem aos seus cargos sozinhos, eles precisam do povo que votem neles, e a situação atual do país é culpa dos nossos representantes e muito mais do povo que vota sem a consciência. Ja enviei meu e-mail como pede a campanha ao Sérgio Moraes ( dep.sergiomoraes@camara.gov.br ) e ao Michel Temer (ep.micheltemer@camara.gov.br). Como não fiquei surpresa, eles voltaram como anda acontecendo com todos. Mas, continuo e continuEM tentando.



E hoje, somos obrigados a ler so Sérgio Moraes que:

“Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim”. Sérgio Moraes (PTB-RS), relator do Conselho de Ética.




A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.


Por Guiomar de Grammon

In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.


Veja um vídeo que fala deste texto: http://www.youtube.com/watch?v=57hum9zwjZc



onde fica?

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Sou cheia de manias... Sou metódica... Quando escuto musica eu faço os gestos...
É só comigo ou de vez em quando você tem a impressão de que errou o endereço e veio parar no mundo errado? Pior, nesse endereço, falam uma língua confusa.



Eu não tenho paciência. Não mesmo! Eu não nasci com esse dom! Esses feriados cariocas que duram uma semana me matam, quero saber logo como estão as coisas depois do feriado, ainda mais quando se tem prova de sociologia para se pegar pós feriado e de teoria do conhecimento, e aquelas notas que você não tem idéia.
Eu quero que as coisas cheguem logo, eu quero logo ver o resultado mesmo achando o processo uma delícia. Marasmo me cansa, eu preciso de pressão, me deixa nervosa,anciosa! Eu sei que isso é péssimo, que sou uma anta emocional, mas eu juro que eu tento. Não gosto de perder o controle das coisas, de situações, as vezes eu surto, mas eu preciso saber.
Além de anciedade, nervosismo vem a calhar o medo, medo... medo, do que? Seria uma boa resposta caso eu chegasse a alguma conclusão. Medo, quero chegar logo, quero pisar logo, eu quero voltar logo.

PS fora do desabafo sem sentido.: Imagine se “todos fossem iguais a você!” Tom Jobim que desculpe, mas que terrível seria viver num mundo tão igual.


...um dia vai fazer sentido

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- Não te amo mais.
- Como assim não me ama mais ?
- Não te amando, não te amo mais.
- Como diz isso assim ? Depois de uma transa como essa, você vem me dizer que não me ama mais, pode parar de brincar, seu sem graça.
- Não é brincadeira, não te amo mais mesmo, foi só sexo, um desejo que acompanha todo ser vivo- a palavra sexo é carregada de uma frieza impressionante, pensou ele.
- Nossa, você é um imbecil insensível, como diz isso assim do nada ?
- Acho que nunca te amei, na verdade...
- Como isso agora, o que te leva a acreditar nisso ?
- Nosso passeio no shopping essa tarde, andamos de mãos dadas quase a tarde toda e trocamos poucas palavras, não existe intensidade no que vivemos.
- Que horror Vitor, apenas não tínhamos o que dizer...
- Não tínhamos o porque, porque no fundo não há nada entre nós, tudo isso é só uma necessidade de aparências impressionante, nossa e de todos aqueles outros casais em silêncio naquele shopping...
- Você deve estar maluco, nos amamos sim, sempre dissemos isso, eu te amo, para com isso !
- Não sei dizer, você talvez me ame para dizer isso a quatro ventos, porque ser feliz é necessário, e ter uma namorado parece ser sinonimo de felicidade, e essa aliança grossa e pesada que usamos, certeza que se cairmos no mar a gente afunda com isso,e pra que a usamos ? Você sabe ?
- Para simbolizar nosso amor, nossa vontade de ficarmos para sempre juntos, nosso compromisso.
- Mentira, usamos para mostrar para todos que temos um relacionamento aparentemente estável, o sucesso de nosso namoro não se baseia em um material desse tipo, seria deprimente se o fosse, mas todos tem que mostrar que são felizes, mas essa aliança não prova nada, ela me sufoca na verdade, às vezes me deprime.
- Então não a usemos mais, se esse for o problema- ela já chorava um pouco.
- Clarice, como você pode saber se isso é amor se nunca teve a chance de ir além disso? Sair dessa rotina dessas tardes falidas em parques e shoppings, fomos felizes em alguns momentos, mas como você pode saber se isso é o amor que procura, nos limitamos demais, e seus amigos que você se afastou? E suas paixões que você deixou? Por sonhos vãos com uma pessoa que você já não tem mais o que dizer, que passa horas em silêncio, no vazio...em nome de uma felicidade ditada por normas sociais, existe um mundo la fora, ao qual estamos nos privando, juntos, por comodismo e medo.
- Não é verdade, não é...- chorava ela, muito já.
- Na verdade Clarice, acho que te amo por te deixar partir...por te amar talvez quero que sejas livre. Quero que volte a ser a menina excêntrica e portanto sedudora do tempo em que te conheci, não quero mais essa Clarice como todas as outras clarices, beatrizes, paulas, fernandas, zoraides..quero a Clarice, que ama a si própria muito mais que a uma alianças com enfeites dourados. A Clarice com ideais. Deixemos de velar esse cadaver e partamos juntos desse cemitério.
- Não fale besteiras Vítor, não sou nada sem você.
- Esse tipo de frase é que me faz querer ir e nunca voltar, essa Clarice fraca, sem amor por si não é a Clarice que amei...um dia.
- Vítor...
- Clarice...

Vítor, levantou-se, vestiu-se, enquanto Clarice, ainda enrolada nos lençóis, encontrava-se deitada atonita em prantos.
Quando já pronto para partir, Vítor aproximou-se dela uma ultima vez:
- Apenas não me odeie Clarice, um dia tudo vai fazer sentido pra você.

Vestiu o casaco e partiu sem olhar pra trás.

Eles nunca mais se viram, então.


Piaf - Um hino ao amor

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Bonsoir!

Ontem, assisti ao filme Piaf - Um hino ao Amor de Oliver Dahan. Impossível não se emocionar com a história de Edith Piaf, uma das mais conhecidas vozes da música popular francesa. Encantou o mundo e imortalizou canções como La Vie en Rose e Je Ne Regrette Rien.Torna-se uma adolescente bêbada e explorada quando, finalmente, é descoberta por um dono de cabaré. Fama, dinheiro, não acalmam a alma inquieta, irreverente e transgressora da cantora. Tudo isto é transmitido com uma verdade impressionante,vive com perfeição uma Edith Piaf atormentada por suas dores e o vício por morfina. Sou uma eterna apaixonada pela língua francesa e suas músicas.

O filme é imperdível e por isso, deixo aqui o vídeo, primeiro de Piaf, cantando Je ne Regrette Rien




Ayez un excellent week-end... écoute ton coeur


(
PS.: Hoje eu me peguei falando sozinha em frances! oO)


Tornei-me texto!

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Meu sobrenome tornou-se ´Texto´. São xerox de textos por dia, e folhas e mais folhas. Mas que delícia! Que delícia você pegar um bolo de páginas falando do que você gosta. Ai penso em como existem pessoas que não gostam de ler, deveriam ser banidas do mundo, pois estão fora do mundo. Preferem sentar em frente a televisão,ficar comendo sem fazer nada. Ta, eu acho que os que não gostam de ler estão fora do mundo e os que ficam sentados na frente da televisão comendo devem também achar que deveriamos ser banidos.
Mais cores de Almodover no fim de tarde, mais textos de antropolítica, mais entrelinhas, mais realizações, mais vanguardas, mais gente inteligente, mais debates políticos ou sobre revoluções passadas, mais atualidades, mais a vida em cores, flores, gargalhadas, Clarice Lispector, cinema com pipoca, música, livros, sebos, verbos bem conjugados, gente, ciência política, pôr-do-sol, abraços apertados, arte, realismo fantástico,museus pós faculdade, conversas, estradas, cafeína, o cheiro da terra quando chove, pés na areia,Memórias, linhas, desenhos, textos, recortes, amores, palavras, imagens. Reticências.
Minha vida está assim, mais e mais e mais! E venha sempre mais! Eu disse a uns escrito abaixo que ando tão bem comigo, estou cuidando tão bem de mim, que me dedicar ao que eu gosto de fazer (profissionalmente, estudos) e ser feliz tem me ocupado tanto o tempo mais do que nunca. Engraçado, que quando estamos felizes, bem com nós mesmos o outro não importa (o que pensa, o que faz), não fica pensando nas coisas que não gosta (elas fazem parte da vida), vamos enxugar gelo,antes que nos afoguemos.


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      • "(...)Filme de Carlitos,chope com os amigos, crônica de Rubem Braga (...) música de Tom com letra de Chico (...) escrever um poema de amor que nunca será rasgado..." [Drummond] | contato

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