"Conheça-te a ti mesmo"

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Eu sempre digo que tenho um poder de auto-conhecimento incrível. Que sei tudo o que sinto, minhas vontades, objetivos, metas. Que sei cada pedaço de personalidade, cada ato meu, o porque de cada ato. Sei falar sobre mim super bem, ficaria horas. Só que não sei até que ponto esse auto-conhecimento é bom.
Ocorrem questionamentos a si mesmo, e, em seguida questionar tudo o que faz. Por quê? Como! Onde? Para quê? Tudo começa com estas palavras,elas me levam ao mundo do conhecimento. Simples palavrinhas que não dizem nada, mas fazem acontecer tantas coisas, tantas descobertas e não necessariamente de imediato.
Voltando ao caso do auto-conhecimento exagerado ser bom ou ruim. Quando começa a se conhecer muito ocorro o questionamento de tudo o que faz (pelo menos comigo), mas não existe saber, sem questionamento. Não podemos chegar a lugar algum se nos falta a capacidade de questionar. Sem perguntas tudo é imóvel, sem finalidade.
Muitas vezes não estamos preparados para descobrirmos quem somos. Outros fogem de si mesmos para não ter que ficar cara a cara com o próprio "eu", como disse Cazuza: eu vou pagar a conta do analista, para nunca mais ter que saber quem eu sou.
Eu acho o não saber mais perigoso, eu particularmente prefiro saber de algo por pior que seja, do que me arriscar no não-saber.


Pensar,repensar,falar.

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Somos filhos de nossas circunstâncias, não sei se um certo grau de maturidade nos levaria a ter prudência. Pessoalmente, creio ser muito difícil segurar-se em determinadas situações, ou nessas circunstancias da vida.
No mais, todos estamos sujeitos a falar sem pensar. Uma coisa é bom ter em mente, o que se fala traz consequências, então é melhor estar cientes do que se pode suscitar por meio das palavras. Mas, será possível atingir um grau de maturidade ao ponto de sermos prudentes em tudo o que falamos?

... sou a pessoa menos prudente em termos de palavras do tipo,infelizmente.



Quanta verdade você é capaz de aguentar?
Deus inventou o homem ou o homem inventou Deus? Nietzsche


Depois de ouvir ontem algumas verdades na cara, coisas que tinha plena consciência e ninguém nunca tinha dito na cara dura tudo para mim. Fiquei pensando em quantas verdades um ser humano é capaz de aguentar.
Existem verdades que talvez geram sentimento de culpa, podem ser insuportáveis.Existem aqueles que se suicidam por causa de verdades e tem os que matam por causa de verdades, o que seria um caso patológico. Mas, se a maioria das pessoas não possuíssem um certo 'controle' não suportaria a verdade do que acontece com nosso corpo físico no fim da vida (que é uma verdade muito dura para todos ou grande maioria) e que a vida é muito muito curta. Existem os que fogem da verdade com o famoso 'prefiro não opinar', eu acho que em caso de verdades, considero não uma forma de ficar em cima do muro, mas a falta de enfrequenta-la.
Uma vez um conhecido disse assim para mim que achava que verdades não existiam. Fiquei admirada. Ele torna a vida tão agradável para SÍ, pois consegue fugir da idéia de ter que bater de frente com coisas que não o agradam, ele se anula. Realmente seria muito agradável se anular desses tipos de verdades (que mesmo quando precisamos ouvi-las, elas doem um pouco, a gente encarar certas coisas da gente é sempre complicado, ainda mais quando terceiros mostram isso), mas a vida fica alienada e alienação esta entre as piores coisas que um ser pode ter.

A verdade ou melhor dizendo, a realidade é para poucos,muito poucos. É preciso saber viver com ela, saber seguir sua razão. E logo me veio a frase do Cazuza "Mentiras sinceras me interessam." nunca consegui entender o que ela significava, mas consegui parar para pensar mesmo não sabendo se minha conclusão estaria certa, cada um tem sua interpretação para frases tão subjetivas. Entendi que "mentiras sinceras" a mentira seria uma verdade, dizer a verdade de uma forma que doa a quem ouve.
A verdade é sempre melhor, mas também é necessário saber dize-la, tendo em mente que nem todos estão preparados para isso.


Bomba relógio

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Chocante como nos dias de hoje, com todos os acontecimentos que se passam, pai joga filha da janela, avô estupra neta e todos os outros casos que não existem palavras que consigam classificá-los,existem pessoas que ainda fingem que nada disso acontece, continua tudo normal, pelo fato até de aquilo estar longe, não foi do próprio lado.
Eu simplesmente quando estou jantando e passa o Jornal Nacional com cara de fim de mundo, eu perco a fome. Tudo ficou muito normal, as coisas não chocam mais muita gente como se tudo o que ocorre fizesse parte do cotidiano (faz,mas não era para fazer. Não era para ser aceito isso).
De que adianta prender criminosos por 17 anos e seus advogados conseguirem que fiquem no máximo 3 anos por vários motivos. Os advogados não estão errados, a lei que esta errada.
Liga-se a televisão e só passa o caso da pequena Isabella, a mídia só mostra isso. E alguns programas são tão sensacionalistas com esse tipo de matéria pois grande parte da população gosta de ver isso, da ibope. Lógico, tem que ser mostrado mas, não como esta sendo feito de forma que é uma novela e as pessoas acompanham diariamente notícias nem sempre originais. Fazem especulações, levam especialistas, criam hipóteses, tudo isso para que? Isso é trabalho da polícia, a polícia esta fazendo a parte dela. Mas, isso tudo da ibope a televisão, aos programas da manhã e da tarde. Depois de ler um texto de Jorge Amado (Folha da manhã) , que fiquei pensando sobre essa questão. De tudo hoje ser muito normal, de muita coisa ser aceita, tudo é aceito facil demais, a rigidez não está sendo usada em certos assuntos, a cada dia as coisas estão se superando.O texto;

Nem o Cravo, nem a Rosa

As frases perdem seu sentido, as palavras perdem sua significação costumeira, como dizer das árvores e das flores, dos teus olhos e do mar, das canoas e do cais, das borboletas nas árvores, quando as crianças são assassinadas friamente pelos nazistas?Como falar de gratuita beleza dos campos e das cidades, quando as bestas soltas no mundo ainda destroem os campos e as cidades?

Ja viste um loiro trigal balançando ao vento? É das coisas mais belas do mundo, mas os hitleristas e seus cães danados destruíram os trigais e os povos morrem de fome. Como falar, então, da beleza, dessa beleza simples e pura da farinha e do pão, da água da fonte, do céu azul, do teu rosto na tarde?
Não posso falar dessas coisas de todos os dias, dessas alegrias de todos os instantes. Porque elas estão perigando, todas elas, os trigais e o pão, a farinha e a água, o céu, o mar e teu rosto (...) Sobre toda a beleza paira a sombra da escravidão. É como uma nuvem inesperada num céu azul e límpido. Como estão encontrar palavras inocentes, doces palavras cariciosas, versos suaves e tristes? Perdi o sentido destas palavras, destas frases, elas me soam como uma traição neste momento.
(...)
Jamais as tardes seriam doces e jamais as madrugadas seriam de esperança. Jamais os livros diriam coisas belas, nunca mais seria escrito um verso de amor.
Sobre toda a beleza do mundo, sonre a farinha e o pão, sobre a pura água da fonte e sobre o mar, sobre teus olhos também, se debruçaria a desonra que é o nazifascismo, se eles tivessem conseguido dominar o mundo. Não restaria nenhuma parcela de beleza, a mais mínima. Amanhã saberei de novo palavras doces e frases cariciosas. Hoje só sei palavras de ódio, palavras de morte. Não encontraras um cravo, uma rosa, uma flor na minha literatura. Mas encontrás um punhal ou um fuzil, encontrarás uma arma contra os inimigos da beleza, contra aqueles que amam as trevas e a desgraça, a lama e os esgotos, contra esses restos de podridão que sonharam esmagar a poesia, o amor e a liberdade.


qualquer coisa

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Tenho muitas coisas a dizer. Muitas mesmo. Mas as palavras não saem, a idéia não vai pra frente e eu paro de escrever no primeiro obstáculo que aparece. Mas eu percisava dizer alguma coisa. Apenas alguma coisa. Simples que fosse. Pouco que fosse. Só dizer. Pôr pra fora. Desengasgar.Há tantos livros que deixei de ler, tantos filmes que deixei de curtir, por simples e pura bobeira. Por que continuaria a repetir isso e não escrever quando me deu vontade? Ah, como eu posso ser tão tosca, não? Confesso que andei muito tempo desleixada, por coisas que eu deixei me levar.

Juro que depois escrevo algo melhor. Eu só precisava escrever alguma coisa.


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      • "(...)Filme de Carlitos,chope com os amigos, crônica de Rubem Braga (...) música de Tom com letra de Chico (...) escrever um poema de amor que nunca será rasgado..." [Drummond] | contato

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